Ensaio uma despedida,
como se nunca houvesse ousado
um dia passar por ela
havia medo, pois eram muito longos
os confins da eternidade
o que é para sempre
marca profundamente
adeusadeusadeusadeus
adeusadeusadeusadeus
adeusadeusadeusadeus
adeusadeusadeusadeus
adeusadeusadeusadeus
adeusadeusadeusadeus
à deusa da vida,
às deusas de minha vida,
adeus.
Tudo termina.
Lá fora
a vida continua
normalmente,
cotidiano metódico,
todos passam
ninguém pára
excluído, cá estou
em meu mundo
que dentro de si próprio
carrega toda a dor
exacerbada,
espargida,
rancorosa,
ferida arraigada,
que está assim
o meu fim a determinar.