NUMA OUTRA NOITE
Surgiu lá no alto da muda
cidade
Um vulto - quedo vulto - a procurar
Algo pelo chão: qual um
mero véu
Cobrindo as angústias...
Insanidade!
Num instante secular, sua voz
saiu:
"– Ah! Serei eu um maldito; aquele
bardo,
Numa época incompreendido
no amor
A perambular num céu que
partiu!?"
Andanças... andanças
fatais por épocas
Quê também errantes,
nas falas sediosas
Dum fantoche infeliz, moço
perdido
Nas distantes vozes. Dores maviosas!
Se o fim pudesse surgir no caminho
Daquele que roga a todos os deuses
Seria a maior de todas as quimeras
Que veríamos nos últimos
adeuses.
Sangue a jorrar sempiterno por mãos
Que não alcançam
da vida, as inefáveis
Laudas guardadas em glaciais
desvãos!
Mesmo co'as flácidas noites
sombrias...