DUDHI BLUES
Não há nada, nada para contar...
Nenhuma estrela que atravesse o céu após a chuva, dentro do teu olhar...
O sol deixou rastros, minha dor, minha semente.
Plantas pterydophytas crescem em meus solos de guitarra, eu subo e desço
escadas imensas do teu quarto
e mesmo assim permaneço impuro, escarlate bravo
jogado como dados num jogo prematuro de azar
sorrio na escuridão, a felicidade fértil
que advém dos teus lábios encharcados de batom...Eu faço outra canção para falar de amor...
Se um dia tiveres
localizei em meio a artefatos
indígenas
a vontade perdida de crescer
baseado em fatos passados
sem esperança "algumas"
encontrei no meio da bagunça
diária
um sofrimento jamais desejado
era verde o meu sorriso extinto
como um animal sem comida
na chuva em um território
hostil
asfalto para atravessar
deserto até o mato
espinhos antes do pé da
serra
faróis dos quais fugir
observadores insensíveis
a curtirem o espécime
exótico
- um ser humano acuado ! -
Desisti de pegar aquelas formigas
e jogá-las pela janela
Na vã esperança
que desaparecessem
no gramado ou na parede
Fossem embora para fora
Mas, ela está sempre ali
Uma única formiga na muralha
Passeando como se fosse
até para o meu bem.
Já a perdi de vista
No deserto das paredes
E dentro da minha cabeça
Há dor e solidão
Mas isso não importa!
Será que é sempre
a mesma
ou serão várias
formigas amarelo-transparentes
?