Um e um
Dois cálices de vinho
Dois elos de ouro trocados
Dois pombos no ninho
Dois seres enamorados
São dois
Dois pares de chinelo
Duas fronhas bordadas
Dois canecos na cozinha
No quarto, roupas jogadas
Apenas dois
Das diferenças nascem os conflitos
Que chegam até a geladeira
Teimosias que persistem
Toddy e Nescau dividem
a mesma branca prateleira
E então
O caos se instala no lar
Do papel higiênico vão
aos móveis por comprar
Tudo tende a discordar
Mas eis que se tornam três
Carlos Adolfo, Plínio e Lúcia Inês
Das vinte às oito
Carlos Adolfo E Plínio
das dez às dezesseis
Vinte e quatro horas
Só mesmo a Lúcia Inês
Um, um e um
Por causa de um zum-zum-zum
Carlos Adolfo voltou mais cedo na segunda
Encontrou o sócio atuando
- VADIA, MULHER IMUNDA !
Porém, dois menos um, três sem ninguém
Lúcia Inês agora é solteira
Plínio, desempregado
Carlos Adolfo sem eira nem beira
E com menos um empregado.