LUIZ PUCÚ
 
 
 

OBJETO NÃO IDENTIFICADO
 
 

O fato corre de rolimã
empurrando a anemia
sorridente.
No meio da feira
Tomate e repolho
E um cisco no olho.

A dor, menino, é maior
quando amarela a face
(no quarto escuro
a conversa gira
envolvendo um segredo
aperta o coração
bate de medo).

A vontade de seguir é tanta
que o amor cria
cria no degredo.
Repare meu poeta
nas mãos lhe faltam
os dedos
agora só o grito do papiro
esquecido no meio da rua
num sábado de sol
no meio da feira
tomate e repolho
e um cisco no olho.
 
 
 

O PARDAL

Meto o corpo
traço o ângulo
que me permite
fora da gaiola
comer alpiste.


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