MINHA MÃE
Nasceste como os lyrios crystallinos,
Cercada dos sorrisos da alvorada,
Em berço de setim foste
embalada
Tinhas beijos de amor e ternos
hynnos.
Viveste como os anjos peregrinos
Nas chamas da virtude alimentada,
Do mundano prazer sempre afastada,
Entregue aos gozos, só,
puros; divinos.
Soffreste como martyr; teu tormento,
Não mudou-te, porém,
ó mãe sublime,
Um instante, sequer, o sentimento
!
Tiveste como santa, um fim bendicto.
És um astro de menos cá
na terra,
um seraphim de mais lá
no infinito.
Poema
escrito por S. M. I. Imperador Dom Pedro II em memória de sua mãe,
S. M.
I. Imperatriz Dona Leopoldina.
Cortesia
de Jean – Livraria Camões.