Antônio Adriano De Medeiros
 

ENDEMONIADO
 

Em noite fria e negra de Sabá,
Num triste e silencioso cemitério,
Ele pôs-se o Diabo, aos gritos, a invocar,
Tentando pôr um fim ao seu Mistério.

Realizando um ritual funéreo,
E prometendo nunca mais amar,
Unicamente ao Cão jurou que ia adorar,
Lançando uivos no espaço etéreo.

Berrou blasfêmias, gritou maldições,
E, cantando ladainhas aos homens maus,
Zombou de Cristo e suas orações,

Implorando a vinda do Mestre do Caos.
E, à meia-noite, possesso, o nosso Fausto
Caiu por terra morto, sujo, louco, exausto.
 
 
 

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