BRECHAS
entre os dias e as
noites uma parte
de mim caminha nos estreitos
limites do amor
as outras empilham pedras dobram
e redobram esforços constróem
muros inventam
abismos
procuram todas insistentes me
achar mas a cada flanco
descoberto ilumina-se uma nova
ausência de mim
VESTÍGIOS
ao acordar percebo na
luz frágil do quarto os
sonhos
esquecidos meus
caminhos tropeçam o dia
inteiro nos longes que me
impus meu
dormir jamais espanta
o frio das ruas do meu
corpo
imenso coalhado dos resíduos
das
marcas das nódoas
e da chuva perene